segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

:: De quando você percebe que perdeu o controle


A gente tem um bebê. Então cuida, alimenta, beija, agarra, educa e ensina a falar com o maior amor do mundo. Cada palavrinha que ele aprende quase sufoca a gente de tanto orgulho.

Mas um dia você percebe que não é mais a única mediadora da relação dele com o mundo das palavras. Nota que o vocabulário do seu filho bateu asas a voou, e você não tem mais o menor controle sobre as coisas que ele diz.

E se você calhar de ser eu, vai notar assim, ó:

- Mãe, sabia que bumbum também chama cu?

***

Daí que ontem caiu o mundo aqui em Sampa, e junto com o mundo caiu o muro da escola da Alice. Férias forçadas pra ela até depois do Carnaval. E pra mim... bom, qual é o oposto de férias?

Já já eu volto. Humpf.




terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

:: Do cocô radioativo


Cena 1:
Seu bebê bebe leitinho e faz cocôs fofinhos de doce de leite.

Cena 2:
Seu bebê come inocentes papinhas e você cai pra trás cambaleante cada vez que precisa trocar as fraldas dele.

Mané comidinha aos 6 meses, meu! Bebês só deveriam começar a comer no dia em que soubessem limpar os próprios traseiros.


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

:: Cisne Negro: adivinha de quem é a culpa?


DA MÃE, of course! (Quem não viu o filme não precisa brigar comigo, porque isso se percebe em 15 minutos de filme, ok?)

Amei o filme. Natalie Portman está divina e o diretor Darren Aronofsky consegue assustar a gente de levantar a raiz dos cabelos. Filmaço desses de se discutir por horas a fio.

Mas pra mim, acima de todas as outras discussões fica essa: nós, mães e pais, apesar de toda a boa vontade do mundo, temos uma capacidade mo-nu-men-tal de destrambelhar a cabeça dos nossos filhos.

Melhor evitar, gente. Melhor evitar.


(E Natalie, querida, me passa o telefone do seu maquiador?)

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

:: O Método Alice de afugentar taxistas chatos


Dia desses pegamos um taxista que fazia o estilo simpaticão. Mas over simpaticão, daqueles que ficam falando e perguntando e tentando fazer a amizade de uma vida inteira em 10 minutos de viagem. Um chato de bom coração. E esse é provavelmente o pior tipo de chato, porque a gente fica com pena de dar o corte. ("a gente" = os adultos, que fique bem entendido).

A Alice até tentou. Respondeu a ele uma, duas, três vezes.

Na quarta pergunta chata, mandou:

- Não posso falar, o gato comeu a minha língua - e ficou calada o resto da viagem.

É nessas horas que eu tenho saudade dos meus 3 anos...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

:: O meu segundo filho


Teve um dia, eu ainda barriguda de tudo, em que temi pelo Luquinhas. Pensei em como faríamos pra encontrar o lugar dele na família, já tão plena e deliciosamente cheia de Alice. Eu pensava assim: será que vai sobrar espaço pra esse segundinho? Como vai ser, meu deus?

Pois está sendo assim:

Meu segundo filho tem menos brinquedos, menos roupas, menos fotos.

Meu segundo filho não tem um quarto só dele, nem armário, nem cômoda. Tem umas gavetas emprestadas no quarto da irmã, um berço no quarto dos pais e um trocador improvisado.

Meu segundo filho é constantemente confundido com menina por andar num carrinho cor-de-rosa. Seu berço é forrado por lençóis floridos e o cadeirão é salpicado de rosas.

Meu segundo filho come frutas com colherinhas de café, e toma banho no chuveiro ou na pia desde o segundo mês - porque banheirinha é coisa de principiante.

Meu segundo filho ouviu menos Mozart e mais Tiê. Menos Beethoven e mais Blossom Dearie. Não conheceu os DVDs do Baby Einstein, mas adora assistir a Os Anjinhos com a irmã.

Meu segundo filho troca menos fraldas e toma menos banhos. As chupetas não são obsessivamente lavadas e a água que bebe nem sempre é fervida.

Meu segundo filho experimenta as sopas do meu prato (sopas de regime, atenção, que eu agora sou dessas pessoas que fazem regime). Bebe golinhos do meu suco em copo de requeijão, porque ninguém aqui tem mais saco pra copinho de treinamento. Já comeu chocolate, feijão e borda de pizza. E ele mal completou 6 meses!

Meu segundo filho senta sozinho, e eu não faço idéia do momento em que isso foi acontecer. Quando vi, já foi. Meu segundo filho não tem datas anotadas nem lembrancinhas guardadas.

Meu segundo filho é independente e não se importa de brincar sozinho. Aliás, ele também não se importa muito de ser "esquecido" num canto por uns 10 minutos. Fica tranquilão esperando o resgate, e sorri simpaticamente para a boa alma que o trouxer de volta ao convívio com outros humanos.

Meu segundo filho divide brinquedos enxoval quarto discos espaço atenção família amigos e pais. Divide tudo desde que nasceu.

Apesar de tudo isso (ou por causa de?), o que o meu segundo filho mais faz - mais que dormir, mais que mamar, mais que fazer cocô - é rir. Eu cheguei a achar que ele estava confundindo as expressões e rindo quando queria chorar, esbravejar ou fazer cara de susto, mas não. Ele de fato ri contentão o dia inteiro, pra qualquer pessoa, em qualquer situação.

Meu segundo filho é completa e ridiculamente feliz. É tranquilo, tolerante, adaptável e facílimo de se lidar. Um pequeno buda sorridente e desdentado. E isso deve ter a ver com o fato de que o meu segundo filho, quando chegou por essas bandas, foi dar numa família absolutamente relax. Uma mãe menos ansiosa, um pai menos preocupado, uma irmã adorável que abriu caminhos e amenizou neuroses pra facilitar a vidinha dele.

Se um dia eu temi pelo Luquinhas, é porque eu não tinha idéia de que os segundos filhos é que são felizes.



quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

:: Enrolados



Posso confessar aqui que eu AMEI o desenho da Rapunzel?

Ai gente, pois é. Amei. Vi duas vezes fingindo que era pra acompanhar Alice, mas era mentira, eu queria ver de novo e de novo. Porque o filme é fofo, as músicas são bonitinhas e a malvadona da história é a cara da Cher.


Porque essa Cher é adoravelmente bitch e tem as melhores falas do filme. Porque a dublagem dela é sensacional. Porque eu quase torci pra ela durante o filme, de tanto que ela me divertiu.

Porque a cena do bar de valentões me fez rir alto. Porque Alice agora imita aquele gordão que faz mímica, ó:


Porque a cena das lanternas é linda linda linda e deve ficar um deslumbre em 3-D (não vi, mas imagino... tenho certa preguiça de 3-D, mas nesse caso deve valer a pena, fica aí a dica).

Enfim, amei. Apesar dos pesares - que são alguns.

Apesar do Luciano Huck, que foi uma escolha completamente infeliz pra dublar o mocinho. Veja bem: o dublador tem que ser o mocinho, certo? A gente precisa acreditar nisso. E o problema de se colocar o Luciano Huck dublando é que o mocinho deixa de ser o mocinho pra ser o Luciano Huck fingindo ser o mocinho. Não cola. Luciano Huck não é algo que se abstraia, a gente meio que fica esperando ele dizer "LOUCURA LOUCURA LOUCURA!" o filme inteiro. Boring.

Amei apesar de saber que por causa do filme minha filha faz planos de nunca mais na vida cortar os cabelos, o que vai me trazer uma chateação terrível num futuro próximo.

Amei apesar de o filme trazer uma mensagem subliminar gravissíma (senta que lá vem spoiler!): o loira dos cabelões perde seu poder quando fica morena e de cabelos curtos. PERDE SEU PODER - percebem a gravidade? Agora me diz se isso é mensagem que se passe num filme para menininhas, gente? Por mais que eu tenha feito mil elogios exagerados ao novo cabelo dela, Alice ficou meio decepcionada: eu gostava mais da Raponzel loira (Alice chama Rapunzel de Raponzel, mas isso não é nada se considerarmos que antes ela chamava de Rafael: Rafael, jogue suas tranças!). Enfim, o apelo mágico das loiras, esse velho clichê capilar... vamos trabalhar essa questão, amiga Disney?

Mas enfim, o filme é uma graça. Certeza que vou me jogar quando sair o DVD - e fingir que é pra Alice, porque né?


(Ah, e falando em dublagem: mais alguém achou que o dublador de "Meu malvado favorito" está imitando o Maluf? Gênio, gênio!)






Então.

Mas por que mesmo eu comecei a falar disso?

Não faço a menor idéia.

Fim desse post incrivelmente irrelevante. Tenham uma boa tarde e voltem sempre!

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